Violência cai na Região Metropolitana de BH, mas cresce no interior de MG

NEGRIARA

 Mapa da violência 2012 mostra que Minas teve uma regressão dos índices de violência, que caem 20,1%

O índice de violência que desafia autoridades em Belo Horizonte e região metropolitana agora assusta a população do interior de Minas Gerais. O Mapa da Violência 2012, divulgado pelo Instituto Sangari, mostra que entre 2004 e 2010 o estado teve uma regressão dos índices de violência, que caíram 20,1%. A porcentagem é muito superior à nacional, que reduziu apenas 3,1% no mesmo período. As taxas relativas a crimes na Região Metropolitana de BH, que reduziram 39%, foram as principais responsáveis pelo bom resultado. Em contrapartida, no interior a violência cresce 17,3%. A prova de que a violência migra para o interior é que, em 2004, 69 cidades mineiras tinham taxa alta de homicídios, acima de 26 assassinatos em 100 mil habitantes. Esse número cresceu para 85 municípios, mostrando que a violência se espalhou. Em 2004, 57% dos 853 municípios mineiros não tiveram registro de homicídios. Em função das significativas quedas do estado, era de esperar que em 2010 esse número de municípios livres da criminalidade fosse maior. Porém, o número diminuiu para 52%. A cidade que registrou a maior taxa de homicídios (121,8) em 2010 foi Ritápolis, na Região Central do estado, seguida de Serra Azul de Minas (94,8), na mesma região, e São Geraldo de Baixio (86,1), no Vale do Rio Doce. A cidade da região metropolitana que aparece com maior índice é Betim com 56,9. Esses valores representam taxa de assassinatos em 100 mil habitantes, cálculo usado mundialmente para medir violência.  

Mais de 80% dos moradores de rua em Minas sofrem de dependência química Segundo pesquisa encomendada pela Sedese, o cigarro, álcool e drogas são vilões das pessoas em situação de rua 

  
Uma pesquisa inédita encomendada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) levantou dados sobre moradores de rua no estado. O levantamento, feito em 222 municípios, mostra um dado preocupante. Das pessoas ouvidas, 81,3% afirmaram ter algum tipo dependência química. O acesso ao cigarro, bebidas e crack é um caminho sem volta para os moradores de rua. Para 67,5% dos entrevistados o vício está relacionado ao tabaco, 68,7% ao álcool e 23,1% às drogas.  A pesquisa também aponta que a ausência de familiares não é o motivo que leva as pessoas a morarem na ruas. Ao todo, 94% das pessoas ouvidas afirmaram que possuem familiares e parentes e que, mesmo assim, continuam sem moradia fixa. Os resultados revelaram que 86,4% dos moradores de rua identificados no estudo são homens, 58% têm entre 26 e 45 anos e 62,5% são solteiros. Outro dado importante é que 92,9% possuem algum grau de alfabetização. A pesquisa foi feita ao longo de 2010 pela Pastoral do Povo de Rua (CNBB). O objetivo é levantar e analisar as condições socioeconômicas, políticas e culturais da população em situação de rua. Segundo a Sedese, o levantamento vai contribuir para a implementação de políticas e ações municipais que minimizem a exclusão dessa parcela da população.

Obstáculos


A falta de segurança é a maior dificuldade que os moradores de rua enfrentam na rotina das cidades e foi citado por 40,4% dos entrevistados. Além do medo de violência, essas pessoas também falaram sobre os desafios para se alimentar, enfrentar condições climáticas, falta de banheiro e de privacidade, além da discriminação. Muitos têm a expectativa de vencer a vida nômade e o desemprego. A falta de trabalho foi apontada por 38,4% como o maior obstáculos para deixar as ruas e ausência de moradia é a preocupação de 29,4%. Mesmo assim, essas pessoas mostram que têm esperança em reverter a situação. Dos entrevistados, 73,4% disseram que esperam ter oportunidade para fazer um curso profissionalizante. No entanto, apenas 11,4% gostariam de resgatar a relação com as famílias e criar condições para voltar para casa.

BH pioneira

Depois de uma concorrência entre os 26 estado do Brasil e mais o Distrito Federal, Minas Gerais saiu na frente recebeu o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis (CNDDH). O centro inaugurado em abril deste ano e fica no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. No CNDDH, os moradores de rua de catadores de papel podem participar de ações educativas e atividades de formação e esclarecimento sobre os direitos fundamentais, cidadania e democracia.

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