"Que toda a cultura depois de Auschwitz é um lixo. Funk fala de sexo. Falar de sexo é pornografia. Funk é pronografia. Pornografia não é cultura, logo, funk não é cultura. Ora, por mais que o funk tenha surgido depois de Auschwitz, Adorno não iria concluir que funk é lixo, porque CULTURA é lixo, e funk não é cultura! Será que funk…não é lixo? Nossa, essa autora deve ser uma tremenda funkeira! É isso aí, Iara Quebra-Cara, faça o Bonde do Adorno!!
(Adorei esse comentário) kkk
A nova moral do funk
Gênero modificou a natureza clandestina da pornografia
Mas vem significar também que cultura é a experiência do que sobra para os indivíduos levando em conta as condições socioeconômicas e políticas marcadas pela divisão de classes, de trabalho, de sexos, da própria educação dirigida de maneira diferente a pobres e ricos.
A partir da elevação do lixo à categoria de análise, podemos com tranquilidade ecológica (aquela que faz a separação dos descartáveis por categorias) partir para uma brevíssima investigação daquilo que se há de nomear como “moralina funk”, a performance corporal-sonora que se apresenta como o ópio do povo de nosso tempo.
Muito já se escreveu sobre o fenômeno que merece atenção filosófica urgente desde que se tornou a “cultura” que resta para uma grande camada da população de classes menos favorecidas econômica e politicamente.
Muitos afirmam que “o funk carioca também é cultura”, mas pouco comentam sobre seu sentido como capital cultural justamente porque seu único capital implica uma contradição: pobreza material e espiritual. Ou seja, capital nenhum.
Na ausência desse capital sobressai o que resta aos marginalizados. Eles descobriram o valor daquilo mesmo que lhes resta. Eis o capital sexual.
A performance da moralina funk depende desse capital sexual. Explorado, ele é a única mercadoria da consciência e do corpo coisificado. Seu paradoxo é parecer libertário quando, na verdade, é a nova moral.
Pornografia moralizante
Produto dos mais interessantes da sempre moralizante indústria cultural da pornografia, a esperteza do funk carioca é transformar em regra aquilo que foi, de modo irretocável, chamado por seus adeptos pela categoria do “proibidão”. A versão da coisa que não é para todo mundo.
A fórmula do funk é tão imbatível quanto a lei do estupro das histórias do Marquês de Sade. É o barulho como poder, ou melhor, violência. Nenhum ouvido escapa da moralina funk na forma de disfarçadas ladainhas em que as mesmas velhas “verdades” sexistas se expõem, como não poderia deixar de ser, pornograficamente.
A economia do proibidão
Mandamento sagrado da performance é que ninguém ouse imputar marasmo ao tão cultuado quanto profanado Deus Sexo.
Não existe uso da pornografia autorizado, pois a regra de sua moral é a clandestinidade. Daí a função do proibidão na economia política do funk. A história da pornografia oscila entre ser o outro lado da lei e ser apenas outra lei.
Foi isso que fez seu sucesso político em sociedades autoritárias contra o princípio publicitário que lhe deu origem. É o que está dado em sua letra: porno (prostituta) e grafia (escrita) definem, na origem, a mulher que pode ser vendida. E que, para ser vendida, precisa ser exposta.
A pornografia é, assim, uma espécie de exposição gráfica da mercadoria humana. Não é errado dizer que a lógica que transforma tudo em mercadoria tem seu cerne na “prostitutabilidade” de todas as coisas. Nada mais simples de entender em um mundo de pessoas confundidas com coisas.
Que a pornografia esteja ao alcance dos olhos, dos ouvidos, de todos os sentidos, exposta em todos os lugares, significa apenas que a regra do ocultamento foi transgredida. Mas implica também sua efetivação como publicidade universal. Isso explica por que ela não choca mais.
Na performance do funk carioca ela é altamente aceita em escala social. Seja pela pulsão, seja pela acomodação, se o imoral torna-se suportável é porque ele tomou o lugar da moral. É a nova moral.
A pornografia de nossos dias é tão bárbara quanto a romana pornocracia, com a diferença de que não temos mais nada que se possa chamar de política em um mundo comandado por regras meramente econômicas.
Daí que todo funkeiro ou seu empresário saibam que seu negócio é bom pra todo mundo.
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Comentários (80)
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Vincent Rosenblatt |
Em “A nova moral do funk”, a argumentação da filósofa Marcia Tiburi gira em torno de um erro semântico: o que se designa como Proibidão corresponde ao subgênero de funk carioca cuja denominação correta é Putaria. É possível que aquilo de que ela fala não exista.
Interessados podem ler a resenha deste texto da Marcia Tiburi por Carlos Palombini / UFMG aqui :
http://www.riobailefunk.net/pt/2011/12/12/mora-na-filosofia-putaria-e-lixo/
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Sobrevivente de Auschwitz |
Mora na filosofia: Putaria é lixo. Ludwig Wittgenstein afirma nas Investigações filosóficas que “uma nuvem inteira de filosofia se condensa numa gotinha de gramática”. Em “A nova moral do funk”, a argumentação da filósofa Marcia Tiburi gira em torno de um erro semântico: o que se designa como Proibidão corresponde ao subgênero de funk carioca cuja denominação correta é Putaria. É possível que aquilo de que ela fala não exista: da “performance corporal-sonora” descartada, não se dá a conhecer nenhuma música, nenhuma letra, nenhum artista, nenhum evento, plateia nenhuma. Também não se leva em conta a história dessa música, sua teoria, o que ela possa representar para quem a produz, faz circular, consome, vive. Tampouco entra em jogo a relação problemática da música funk carioca com a ideologia. “Há mais coisas no céu e na terra do que sonhadas em tua filosofia”, diz o Príncipe da Dinamarca. Uma delas é a música. Outra, sua literatura.
http://www.riobailefunk.net/pt/2011/12/12/mora-na-filosofia-putaria-e-lixo/
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moralina tiburina |
Triste ver o Adorno servindo de adorno.
Márcia, se tu respeitas teu título de fílósofa, vai dar uma lidinha antes de falar bobagem. Vou te passar uns sites, tá? Aí tu lês e fica mais instruída e para de empobrecer a rede com essa “moralina tiburina”:
http://www.riobailefunk.net/pt/2011/12/12/mora-na-filosofia-putaria-e-lixo/
(esse é pra entenderes o teu erro semântico)
http://lasa-2.univ.pitt.edu/LARR/prot/fulltext/Vol43no2/03_43.2sneed.pdf
(esse segundo aqui é pra reveres teu conceito de pobreza material e espiritural)
Abraço e boa instrução
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lucas galon |
caros, muito interessantes todos os textos indicados nas respostas, mas discordo da reação – talvez o problema semântico tenha mais a ver com a definição de “cultura” do que de “proibidão/putaria…
De resto, penso assim: o que seria de um grande filósofo como Adorno, se sua filosofia fosse olhada apenas por esta ótica historicista, que a circunscreve ao fenomeno temporal específico da sua criação? Prefiro os textos que de alguma forma (posso ou não concordar com seus pressupostos) apostam no carater re-semantizador da filosofia pelo que ela tem de alcance, por assim dizer, atemporal…neste caso, o texto da Tiburi é mais interessante…
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Luciano Cesar Morais |
Acho o artigo resposta de Palombini execrável. Ele simplesmente não entendeu que o artigo da Tiburi é justamente de denúncia contra a apropriação do funk por um mecanismo que preserva desigualdades, reafirma preconceitos, reforça sistemas de exploração cultural. O humano é tratado como utilitário e todo o utilitário tem seu refugo. Esse refugo, o lixo, só pode ser outros humanos e assim escolhe-se (sim, escolhe-se pela periferia o que ela poderá ouvir/ler) não só a parcela da população a ser tratada como lixo (os negros e pobres, basicamente) como dá-se visibilidade a esse prêmio que preserva a desigualdade de acesso a cultura. Além do texto ser pretensioso, confessa a ignorância falando demais antes de pensar no que realmente está sendo dito pela autora. Bom dia aos cavalos…
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CARLOS EDUARDO |
Ola Senhorita Marcia, eu queria saber por que os jornais, os canais de TV, sites, quando falam do funk, só falam do lado ruin do funk, por que nunca falam do funk do bem, de elite, queria muito que a senhorita me ajudasse a entender isso por que parece que todos querem que o funk seja reconhecido por esse lado ruin, concordo com a senhorita em algumas coisas pois sou um dos que lutam contra esse tipo de música “PUTARIA”, “PROIBIDÃO” mas eu queria saber o por que ninguem mostra o meu estilo (kadu e as Gatinhas), essas são algumas músicas minhas: Deixa a gatinha dançar, No jump, Ela é DG, eu ja falei deixa a gatinha dançar, Eu Aprontei e outras, e tem alguns artistas, Mcs que tambem são do mesmo estilo do que eu, como: MC Bruninha, Bochecha, MC Marcinho, Anitta, Marcio G e outros, até peço ajuda a senhorita para que eu posso entender o por que que não mostram esse lado bom do funk e se quizer estou a disposição da senhorita para exclarecer qualquer dúvidas, abraços e fica com Deus!!!
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Rubens Russomanno Ricciardi |
cara Profa. Marcia Tiburi, parabéns por mais este teu texto brilhante, e me faz lembrar do Jean-Luc Godard, quando afirmou que “a cultura é a regra e a arte é a exceção” e que a “cultura quer aniquilar com a arte”, portanto, se o funk é essencialmente cultura (como de fato o é, aliás, mera indústria da cultura), está claro que qualquer tentativa de valorizá-lo só pode ser contrária aos fundamentos da arte, digo, da “grande arte”, como aliás, diria Heidegger (que no fundo era não só leitor como admirador de Adorno, só não declarava em público porque era orgulhoso, por outro lado, o Adorno também era leitor e admirador do Heidegger, só dizia o contrário em público porque tinha pouca coragem rs rs rs)… abs RRR (PS: faço aqui à “pouca coragem” de Adorno uma homenagem póstuma à saudosa Stephanie, viúva do Eisler, foi ela quem me ensinou sobre esta característica pessoal do Adorno).
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Bruno "Ruivo" Ladvocat Cintra |
O artigo da autora não é sobre funk. Se algum marciano descesse à Terra sem saber o que é funk e lesse esse texto, continuaria sem saber o que é funk, mas saberia que a autora não sabe argumentar. Noves fora o que é funk, o que é Lady Gaga, o que é Miles Davis, ou o que é Wagner, o fato é que nada de substantivo pode ser inferido do artigo porque ele não expõe nenhum raciocínio, apenas decreta premissas e tenta encadeá-las à base de silogismo. Isso qualquer néscio consegue fazer, até para provar o contrário do que apregoa a a autora. E a partir das mesmíssimas premissas! Vejamos: Adorno disse que toda a cultura depois de Auschwitz é um lixo. Funk fala de sexo. Falar de sexo é pornografia. Funk é pronografia. Pornografia não é cultura, logo, funk não é cultura. Ora, por mais que o funk tenha surgido depois de Auschwitz, Adorno não iria concluir que funk é lixo, porque CULTURA é lixo, e funk não é cultura! Será que funk…não é lixo? Nossa, essa autora deve ser uma tremenda funkeira! É isso aí, Marcia Quebra-Cara, faça o Bonde do Adorno!!
Mas vamos supor que a autora seja paga para fazer uso de silogismos sem raciocínio; talvez seu patrão seja um tirano, não a julguemos. Mesmo assim, num texto cheio de premissas categóricas, bastaria UMA exceção a qualquer premissa para desmontar a sua tese. E não faltam exceções: nem todo funk é proibidão; proibidão fala sobre guerra de gangues, não de sexo; tudo que se cultiva é cultura, seja ou não palatável para o NSDAP ou para a autora, etc. Dá pra ficar o dia inteiro aqui. Mas comecemos pela primeira afirmação categórica da autora: “a afirmação adorniana de que após Auschwitz toda cultura é lixo não perde sua atualidade.” Não é nem uma questão de se achar uma exceção, a premissa como um todo é falsa sob critérios objetivos. Por um motivo prosaico: está errada a suposta afirmação “adorniana” (Mon Dieu! Não poderíamos chamá-la de “A afirmação de Adorno” sem sermos caçoados por nossos pares do clube privê de beletristas? Será necessário falar “adorniano” para encantar esses leitores tão sedentos por um copo de pedantismo de tanto suportar a moléstia filistina do obscurantismo funkeiro dessa Babilônia trópico-urbana?)
A afirmação adorniana é a seguinte: “a crítica da cultura se confronta com o derradeiro estágio na dialética entre cultura e barbárie: escrever um poema depois de Auschwitz é barbárico e isso corrói também a compreensão em que expressa por que se tornou impossível escrever poesia hoje.” Se essa afirmação adorniana for levada literalmente–o que é um problema, até porque está na conclusão de um ensaio, e não na declaração de tese de um trabalho científico–que ao menos seja reconhecida na sua literalidade. Até para ninguém cometer a impropriedade de intercambiar “poesia” por “cultura” e “barbárie” por “lixo”. Não importa o que o “funk” seja, sempre será mais fácil associá-lo a Lady Gaga, Miles Davis, ou Wagner do que associar Marcia Tiburi com Adorno.
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Helaine Mangeli |
Lembro com se fosse hoje a primeira vez que cantei na minha comunidade. Em minhas maos estava o meu sonho, materializado num pedaço de papel rabiscado. Esse sonho me levou longe…… cantei com Reis e Rainhas . Hoje o baile funk de comunidade e’ realizado de maneira clandestina e se tornou marginalizado por falta de atencao das autoridades. Hoje pessoas capacitadas lutam para o reconhecimento do maior movimento Jovem do País. Essa semana li’ uma reportagem numa revista renomada de Sao Paulo ESCULHAMBANDO o Funk. Uma antropologa ,Filosofa , Doutorada em nao sei o q….. me surpreendeu, chamou o funk de lixo pra baixo.
Infelizmente todo estudo, todos os livros, todas as aulas para esta pessoa foram em vao. Na escola aprendi a respeitar e aceitar as diferenças do próximo desde o jardim de infancia. Na minha comunidade aprendi a sonhar. Em casa aprendi a amar. E na Vida aprendi que toda forma de manifestação preconceituosa deve ser abominada. Mc Leozinho
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Marco Costa |
Sempre haverá defesa possível para qualquer coisa. Não há políticos que conseguem explicar e justificar o dinheiro na cueca?
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Sobrevivente de Auschwitz |
Quem leva a sério filosofia em 17 parágrafos de 3 linhas? Se os parágrafos fossem um pouco mais curtinhos, ela poderia ter bancado a Susan Sontag subtropical e escrito “Notes on Funk”. O texto não tem lógica (vide supra), é cheio de clichês e não consegue nem ser altissonante. É admirado por quem, de Adorno, só dá pitada. Filosofia de massa.
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moralina tiburina |
Então o funk é “essencialmente cultura” que não se eleva a “grande arte”? Típica ideologia não revisada, arcaísmo posrenascentista. O que é grande arte pra ti Russomano? Beethoven? Bach? Que nome alemão que pode te colocar acima do que consideras gentalha? A grande arte tem que ser legitimada na Globo News pela Maitê Proença e suas colegas? Também pode ser feita por brasileiros, desde que obedeça à “grande arte”…
Essa discussão míope sobre a arte permanece fazendo a manutenção de asssimetrias: essencializar a cultura para desnivelar é um golpe velho usado pelas elites, Sr. Russomano. Desvalorizar o funk pra valorizar os “gênios” produzidos pela cultura do século XIX é uma constante na discursália pseudo-filosófica. Mas Márcia não sabe a diferença entre “putaria” e “proibidão”. E tentar essencializar o que não se conhece, fica difícil.
Filosofia de massa, como disse o Sobrevivente de Auschwitz, além de elitista: A exclusão e a coisificação do corpo se dá justamente na carolice da moralina tiburina exposta no Saia Justa (opa! Saia justa pode, tiburina?)Pela lógica tiburina, deveríamos todos juntos cantar apenas cantos gregorianos, aí suprimíamos o capital sexual e ficaríamos só com o espiritual, além de mistificar o corpo, não é?
Em tempo: o Heiddeger não só era admirador de Adorno, como do regime nacional-socialista alemão, ou nazista, como queiram chamar (confiram seu discurso de 1933).
O próximo passo é renovarem a ocupação das favelas usando a moralina tiburina. É… fiquei lembrando do filósofo do filme Doggville, lembram? Márcia Tiburi é nosso Tom Edson em versão cruel. Se, pelo menos enquanto Grace (Nicole Kidman) era violentada, havia uma certa complacência em sua filosofia de boteco e em sua falta de ação, aqui vemos o contrário: um certo apoio ao regime que clandestiniza e aos essencialismos assimétricos. Enquanto isso, nossa Grace/povo é violentada e qualquer expressão é coisificação e falta de capital espiritual.
Não é mole!
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Marcelo P. |
É uma pena ver como parte do cenário decadente da música de academia (e não é daquelas putz, putz) costuma se portar: favorável aos usos conta gotísticos e vazios de fiolosifas desconhecidas, porém ruminadíssimas (vai entender o paradoxo…) por arautos de uma “cultura” inexistente.
P.S.: Parece que o Luciano foi o cavalo que recebeu o bom dia feito um coice.
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Lúcia Terra |
Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela
Adolf Hitler
Senhora Hitler,é som de preto de favelado mais quando toca ninguém fica parado.
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MC LEOZINHO |
OPORTUNIDADE
O pancadão vai sacudir
Deixa o teu corpo balançar
Quem é do funk vem se divertir
Quem não é pode vir, pode chegar
Os pequeninos dizem por aí
Querem crescer só pra virar MC
Querem cantar, e o que tem demais?
São da favela e querem pedir a paz
Dizem aí que é apologia
Mas não é não, é simplesmente o dia-a-dia
Vivido na comunidade
E o “neguim” só quer oportunidade
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Igor Reyner |
Depois de ler este texto desconsiderável e assistir a este arremate:
http://www.youtube.com/watch?v=_KfbL8Kt3-w&feature=youtu.be
Acredito que a única coisa que poderia declarar já foi declarada por William Blake, repito:
“Como o ar para o pássaro ou o mar para o peixe, assim é o desprezo para o desprezível”
Grato.
P.S.: É uma pena que ela conquiste apoio de qualquer setor do meio musical (o meu meio) brasileiro. Completa decepção com alguns professores que postaram, vergonha.
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Rubens R. Ricciardi |
Oi Moralina Tiburina, por que vc não assina com o teu nome de verdade??? um verdadeiro Ombudsman sempre tem nome e sobrenome!
vou responder naquilo que vc me citou:
“O que é grande arte pra ti Russomanno? Beethoven? Bach?”
claro, vc se esqueceu do Manuel Dias de Oliveira, do Alexandre Levy (grande inventor do samba!), do Villa-Lobos, do Gilberto Mendes, enfim, todos estes são compositores de uma grande arte! (já por exemplo, o Lobão ou o Cazuza, ou Xuxa, Padre Marcelo etc. tudo isso é indústria da cultura).
vc fala de “elite”, Moralina????? coisa de elite são os shows quase sempre caríssimos de indústria da cultura. Por exemplo, aqui na minha cidade, Ribeirão Preto, este marketing cultural do show biz aluga sempre os melhores espaços, mesmo aqueles de boa acústica natural onde sequer se necessita amplificar o som (como é o caso do excelente Theatro Pedro II daqui, por exemplo, uma tristeza como maltratam o teatro), aí vem aquelas caixas de som enormes com reprodução invariavelmente barulhenta do som – é isso que Adorno chamava de desartização da música, muito barulho pra pouco conteúdo! – já os nossos concertos sinfônicos ou de câmara são sempre gratuitos, portanto, são projetos absolutamente populares, no sentido de que todos têm acesso fácil e imediato a eles! ou seja, há muito mais elite na indústria da cultura do que na música de concerto. E olha que nós sempre tocamos tranquilo (sem sensacionalismo, sem show, sem pulação, sem luzes nem efeitos especiais). É pra se ouvir música de maneira concentrada enquanto música. Ou como dizia Heidegger, “só ouvimos de fato quando somos todos ouvidos”! E de maneira bem simples, como já disse, sem muita parafernalha, com recursos infinitamente menores… A gente da arte da música vem de baixo, já a indústria da cultura é que vem de cima (precisa se aliar o som musical sempre a um visual de grande happening, algo invariavelmente apelativo… a gente não precisa de nada disso, daí nossa música ter que ser de fato mais exigente, pois as pessoas vão lá pra ouvir música, não pra “bombar” (desculpa a expressão de mau gosto) num show!
vc disse ainda “Desvalorizar o funk pra valorizar os gênios produzidos pela cultura do século XIX é uma constante na discursália pseudo-filosófica”.
Eu não penso de acordo com o século XIX, eu penso de acordo com Heráclito, que dizia “um, dez mil, se for o melhor”, bem como Heráclito já dizia “a massa está empanzinada como o gado”! Como todo bom filósofo, Heráclito era também profeta, pois escreveu no século VI antes de Cristo e seus fragmentos continuam atualíssimos! Parece que ele está falando da indústria da cultura – esta invenção do século XX que já deu o que tinha que dar (um dia a ficha vai cair e como toda distorção ideológica a favor de uma estrutura de poder, a indústria da cultura também ruir!… – e acho sim que a arte de verdade, por ser um fundamento da história, vai conseguir sempre sobreviver). Ou vc quer dizer que qualquer atitude proponente ou afirmativa em matéria de arte é mero romantismo???? Como vc é excludente! – eu não posso ter sequer opinião??? Lembre-se que Platão entendia a doxa como processo imprescindível para a episteme! – Poxa, mas se tudo isso é mero romantismo (daí vc ter colocado “gênio” assim entre aspas, suponho), aí eu tenho que dar realmente razão pra vc, pois sou mesmo um romântico incorrigível, adoro idéias de verdade, propostas de arte e de filosofia que fazem a gente ser imediatamente diferente, adoro Heráclito, adoro Bach, adoro as tragédias de Eurípedes, adoro Dante Alighieri, adoro Brecht, adoro todos estes e demais românticos de todos os tempos!
vc disse também: “Em tempo: o Heiddeger não só era admirador de Adorno, como do regime nacional-socialista alemão, ou nazista, como queiram chamar (confiram seu discurso de 1933)”.
Vc está generalizando um curto momento na vida de Heidegger (que sempre esteve inclusive muito próximo a tantos judeus e comunistas e de maneira mais íntima – leia, por exemplo, o que a Hannah Arendt – e olha que ela entendia alguma coisa de totalitarismo, não é mesmo? – escreveu sobre Heidegger num de seus últimos textos, quando ela – justamente ela! – o trata como o grande filósofo do século XX). Heidegger ficou um tempo muito pequeno no partido e bem no início, e ele queria na verdade criticar a modernidade, achou que os nazistas tinham algo de recuperação daquilo que ele entendia por Dasein. Bom, está claríssimo que foi um equíovoco terrível de Heidegger, ou seja, ele errou feio na leitura do que seria o nazismo. Mas como dizia Lênin, o “homem inteligente não é aquele que não comete um erro, mas sim aquele que o corrige rapidamente”. E eis que Heidegger deixou em menos de um ano seu posto de reitor em Freiburg e se afastou totalmente do nazismo – ainda mais quando Heidegger percebeu que o nazismo é na verdade o grande triunfo do terror tecnocrata (e isto era o que Heidegger justamente queria combater na modernidade!). Vários autores, como o Prof. Ernildo Stein, esclarecem este ponto. Indico, portanto, o Prof. Stein da UFRG pras suas próximas leituras! Não se pode culpar unilateralmente o Heidegger naquele contexto, pois vários grandes homens caíram na sedução de Hitler nos primórdios de seu programa, como Anton Webern, por exemplo. Lembre-se que os nazistas consolidaram ainda o projeto de inventar a cultura popular iniciado pela igreja no final do século XIX. E os nazi-fascistas (muitas das idéias originais vinham de Mussolini) eram muito competentes em propaganda e marketing (mesmo porque eles inventaram de fato o marketing e a propaganda moderna!). É por isso que o Adorno disse certa vez que Auschwitz é igual a Hollywood, é por isso que a essência do nazismo está bastante presente ainda na indústria da cultura mesmo ainda em nosso século XXI, vc quer exemplos?????? Portanto, não confunda Heidegger, que tem a ver com a compreensão do que é arte (leia o texto dele, “A origem da obra de arte”, muito bom!), com o nazi-fascismo, que, por sua vez, tem a ver com a indústria da cultura – não é por menos que Berlusconi adora (ou adorava) tanto citar frases inteiras de Mussoluni…
abraços a vc e agradeço pela atenção, bem como pela troca fecunda de idéias!!
Rubens Russomanno Ricciardi
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Uther Pendragon |
Pra mim essa professora continua escrevendo filosofia de buteco, serve ao seu patrão que elegeu uma manifestação de uma parcela da população restrita a um espaço urbano limitado como cultura. Na verdade não vale nem a pena comentar esse monte de bobagem que essa dona teima em escrever.
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Dodge Mann |
Os comentaristas deste texto citam filósofos. Citam passagens de tratados estéticos, citam os mais diversos intelectuais, doutores, críticos. E tudo para desmontar a crítica rasteira de uma filósofa. Tanto esforço da rapaziada para sair em defesa de um gênero musical vagabundo, chulo, piegas e que pretensamente revolucionou o modo como as classes sociais menos favorecidas se expressam. E eu achando que o samba de roda baiano da metade do século XIX, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, já havia feito todo o caminho transgressor, libertador e crítico, dando origem a maior manifestação musical e social carioca, o samba, tivesse feito todo o serviço, Obrigado amiguinhos que me mostraram que o Funk Carioca que é o tal. Esse impiedoso redentor do homobrasilis.
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Mora na filosofia: Putaria é lixo - proibidão |
09/01/2012
[...] filosóficas que “uma nuvem inteira de filosofia se condensa numa gotinha de gramática”. Em “A nova moral do funk”, Cult 163, novembro de 2011, a argumentação da filósofa Marcia Tiburi gira em torno de um [...]
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Rubens Russomanno Ricciardi |
26/01/2012
caro Dodge Mann, vc disse “samba de roda baiano da metade do século XIX”, por favor, me passa o nome de um autor, o título de um samba ou mesmo qualquer fonte desta época (fonte primária histórica, por favor) que indique de fato um samba enquanto gênero musical anterior a 1890!!! Caso vc não tenha isto em maõs, continua valendo o pioneirismo do paulistano Alexandre Levy (inspirado num poema de Julio Ribeiro), cujo “Samba” (na verdade um lundu sinfônico) é justamente de 1890… agradeço o retorno!
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Armistrong Souto |
21/02/2012
Funk? Não seria: Fuck? Pois, não passa disso. É tão pobre, tão raso, tão lixo. Estou indignado comigo por haver perdido meu tempo enviando este comentário. Cultura? Hahahahah. Façam-me rir!
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rodrigo sem nome completo |
03/03/2012
Recomendo que reze esta oração antes de dormir, Márcia:
“Que o Céu nos livres dos primeiros romances que são escritos porque um jovem aspira ao prestígio de ser romancista e não porque tenha algo a dizer!
Que o Céu nos livre, igualmente, dos ensaios matemáticos que sejam corretos e elegantes, mas destituídos de corpo e espírito.
Que o Céu nos livre, sobretudo, do esnobismo que não somente admite a possibilidade desse trabalho apoucado e maquinal, mas deblatera, com espírito de arrogância depreciadora, contra a competição de vigor e ideias, onde quer que se possam encontrar”!
(Wiener, 1950)
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Lira Dolabella |
03/03/2012
O academicismo é o senso comum da academia. Essa menina, com todo o seu moralismo elitista – a intelectualidade classe média – faz parte do grupo “acadêmicos do senso comum” (grande sucesso na mída não massiva, atenção, não massiva). Mas dessa vez eu acho que ela estava fora do juízo, talvez cheia de anti-depressivos na cabeça. Insônica por dilemas que o analista não conseguiu resolver (não são todos os mortais que chegam lá, né?).
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Leviatan Humano |
24/03/2012
Concordo com a Srta. Marcia Tiburi,
Como deve aceitar que funk deva ser considerado uma forma de expressão positiva, canções onde a exploração sexual é escancarada e que não fogem dos ouvidos de ninguém. Essa pornografia livre para que todos devam participar é imposta (digo isso pq moro em uma) na favela. Culturalmente imposto na comunidade o Pancadão, Proibidão ou Putaria, impõe suas regras de aceitação, não permite outras manifestações na periferia.
Aos Mc’s
Vou comer sua b
Vou fu o se c
Me digam onde esta a arte nisso?
Abraço a todos
Parabéns Srta. Marcia Tiburi
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gley barbosa |
29/05/2012
A reciclagem do lixo Tiburiano.
Pós Marcha das Vadias me sinto liberta suficiente para falar de um assunto que me incomoda.
Já ouvi muitas vezes sobre a relação do Funk e a degradação do corpo da mulher… Críticas quanto a falta de consciência social inserida no contexto do funk são recorrentes…
Até ouvi que ele era o “lixo( o resquício de revolta) da favela que chegava aos narizes da burguesia” . Depois da última, a obrigação de manifestação enquanto mulher oriunda de periferia foi de tirar o sono, literalmente!
Ai fiquei refletindo acerca de manifestações musicais que têm um cunho social em paralelo
-me veio o Punk, na cabeça…
O Punk surge na classe baixa inglesa como uma das respostas a crise do capitalismo do pós-guerra. Crise essa que custou desemprego e exploração ainda maior daqueles que não podiam exigir muito do mercado; afinal era muito mais justificável não respeitar direitos trabalhistas para mulheres, negros e etnias menos favorecidas do que para o homem branco. Pelos motivos “óbvios” do patriarcado branco, nosso veeelho conhecido. Esse mesmo Punk é marcado pelo principio do “faça-você-mesmo” que grita contra a elitização da música e dialoga harmonicamente com filosofias niilistas.
Daí voltando ao Funk, fazendo uma analogia percebo que há sim fatores comuns. A política do “todos podem fazer”, as origens em classes baixas, e a questão política….?
Pois é, concordo em partes com o argumento da degradação. Quando a mulher se encontra numa situação de exposição do seu corpo como objeto de manobra masculino, isto de fato é um problema. Pois sua imagem é coisificada PELO homem e para o prazer do homem.
Mas percebo em outra medida que no momento que são as mulheres donas das suas letras de funks, e que por meio dessas, questionam a submissão ao trabalho doméstico e a prisão da liberdade sexual da mulher. Os princípios de segmentos feministas estão ai tão presentes quanto na queima dos sutiãs.
A sociedade está a todo tempo crucificando a mulher do funk que se expõe, que goza, que anseia liberdade dentro da sua cultura. Essas mulheres sobem em um palco e gritam que são putas e não querem ser mais “as empregadinhas”.
A lógica é simples: Se é pra nos tratar como coisas, nós seremos coisas. Mas coisas de nós mesmas. Meu corpo pode até ser um objeto de consumo, mas ele é meu. Eu vou vendê-lo do jeito e pra quem e quando EU quiser.
Se este não é o feminismo ideal (se é que ele existe) construído dentro da academia, na periferia ele significa a possibilidade de se sofrer um estupro corretivo ou ter os seios cortados enquanto se espera o ônibus na parada ao lado de casa. Penas,possíveis, para aquelas que se “comportam” como homens ou por não quererem transar com determinado individuo do sexo masculino quando este acha que ela é puta, vadia ( e todas aquelas denominações que eles nos dão, quando a gente dá pra quem queremos).
“Resquício de revolta?lixo?”…..o que vocês acham minhas caras?!
Realmente, Simone de Beauvoir não é a autora de livros de cabeceiras das mulheres da classe baixa (muitas vezes nem das mulheres de classes altas e medias). Por diversos motivos:
analfabetismo, educação ruim , falta de possibilidade de comprar o livro com o salário de merd… que recebem, falta de tempo.
Porque!? A realidade, a cultura da classe baixa é diferente das demais assim como o caso das mulçumanas que quando dirigem correm até risco de vida e mesmo assim estão lá marcando suas posições como feministas.
A construção do feminismo em cada cultura foi marcada pelos seus degraus de ascensão
com a nossa não vai ser diferente.
Concluindo meu desabafo espero não ouvir “analises” preconceituosas de pessoas que não fazem ideia do que é viver na periferia , principalmente porque querendo ou não hoje faço parte desse mundo “Cult” que a universidade nos insere e que tem coisas muito legais mas que volta e meia encontramos uns e outros com discursos rebuscados mas preconceituosos.
E agora não só sinto que tenho o direito de descer até o chão, mas tenho dever para com os meus princípios, no entanto isso não dá o direito de ninguém achar que minha vontade deve ser desrespeitada.
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Cleusa Rizério |
06/06/2012
Caríssima Márcia Tiburi, vejo que suas incursões nos mais variados e contemporâneos temas sociais, sexuais, musicais, e todos intrinsicamente ligados filosoficamente, pois o simples pensar e existir resulta como premissa uma filosofia.
O seu texto está belissimamente escrito e argumentado pois o olhar de uma filósofa sobre uma realidade transparente, é tão verdadeiro como o olha de outra pessoa qualquer, simples, sem instrução formal mas com lógica e pensamento firme de como realmente a cultura/arte, ou mais especificamente sobre o funk aqui retratado pela professora, nos remete a concordar com o escrito pelo simples fato de conseguirmos enxergar nele a coisificação, o sexismo vulgar sobre a mulher e por aí vai.
Uma observação pessoal e vai aí como um reforço para que você continue se colocando sempre sobre os variados temas, é que de suas opiniões atingem e incomodam muito alguns que não tiveram a mesma oportunidade de mídia e transparência que a professora conseguiu. Parabéns e não se incomode com a oportunidade de ágora e de palco que sua inteligência provoca.
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Silvia Maria |
07/06/2012
Prezada Márcia.
Gosto muito do que você escreve. É uma visão lúcida da realidade, que a academia não deixou que ficasse nublada pelas múltiplas visões de teóricos. À você, estas diversas interpretações caem bem, pois se somam às suas. Em outros, mostram que determinadas pessoas não conseguem enxergar um palmo além dos livros que leem, sem apropriar-se dos conhecimentos e agregá-los à luz própria e compará-los com a realidade.
Concordo com a Cleusa Rizério. A sua inteligência provoca e incomoda.
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Val Pessoa |
14/06/2012
Boa Noite,
Excelente espaço para filosofar!
Vou adicionar o que é obvio ao tópico, toda classe social, já que a sociedade em geral gosta de ser diferente…
…os consumidores desta tal pornografia “proibidão”, recebem de uma forma que podem tanto aceitar ou não todos temos barreiras que podemos utilizar e bloquear…
…A periferia pode consumir tanto essa pornografia como “uma pornofrafia mais sofisticada” uma parte do sertanejo que está na modinha, que usa palavras menos violentas ou sinceras e fortes como o proibidão…
Assim como o proibidão a modinha sertanejo e antiga modinha axé, usam gestos sexuais, subliminares, que para as pessoas fala mais que as palavaras forte do proibidão, pois em qualquer pais, gestos conseguem ser interpretados facilmente, sendo assim, todas as classes precisam consumir algo…
A periferia não é a única “classe”/local que recebe pornografia que agride, ela está em todo o lugar, de formas desfarçadas, mais sutis, delicadas.
Abraços!!!
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cristina |
19/11/2012
Não sou da favela do Rio. Mas sou obrigada a ouvir essas “batidas” (desculpem-me os fãs, mas é o máximo que se pode dizer desse gênero. “música” seria exagero). Não fui criada para ser preconceituosa; meus pais simplesmente me ensinaram que eu deveria refletir sobre o que eu escolho para mim. Ao me deparar com o Funk – admito que algumas vezes seus autores procuram passar uma mensagem, o que é bom e deveria acontecer com todos eles – me coloquei a pensar, porque uma garota de 14 anos (às vezes menos) se presta ao papel de rebolar até o chão sendo chamada de puta ou de cachorra? Ela não tem um marido opressor de quem quer se libertar, não tem nem vida sexual (ou pelo menos não deveria ter, até ser formada mentalmente para isso.). Então eu pergunto: onde está a cultura, a demonstração de pensamento nisso? Onde está o valor em frases nojentas como “rebola na p*ca?” E aquele outro, que fez tanto sucesso, o tal de Créu? Se é para fazer uma música que não seja “de elite”, que faça, mas ao menos faça isso direito. Só porque não é de elite não tem que falar nada de bom? Infelizmente isso não acontece apenas com o funk, tem acontecido com o sertanejo, com o axé, com o forró… Todos os ritmos que são feitos para as “classes baixas” não tem conteúdo intelectual. Será que é porque eles acham que pobre só entende e só gosta de porcaria? Isso é um preconceito e as pessoas deveriam perceber isso, ao invés de engolir essas baboseiras e ainda achar ruim quando alguém fala mal.
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