Resumo:
O objetivo do texto que se segue, é versar sobre algumas questões para uma possível reflexão de natureza conceitual entre História e as relações de gênero e raça, dando ênfase especial à obra literária de Toni Morrison – Amada e as discussões empreendidas pela historiadora, militante feminista Joan Scott, discorre também sobre o papel da História e da Narrativa no trato das relações de gênero, raça e violência enquanto objeto de estudo indispensável e “categorias úteis de análise histórica”.
Palavras-chaves: História, Mulher Negra, Narrativa, Categoria
Certos assuntos requerem muita ousadia em sua abordagem, certas questões estão tão espinhosamente incrustadas no senso comum ou tão naturalizadas através de uma perspectiva tida como “auto-evidente” que qualquer tentativa de pensá-la a partir de outros prismas enfrentará ferrenhas resistências. Esse é um dos motivos pelos quais o livro Amada (1987), de Toni Morrison pode ser considerado uma das grandes obras da literatura mundial. A Academia Sueca sublinhou, ao laureá-la, sua “força visionária e relevância poética”, duas características que podem ser tranqüilamente vislumbradas em Amada.
O “simples” fato de abordar a questão da escravidão, por mais que essa tenha “oficialmente” terminado, mostra como a questão da discriminação racial e preconceito ainda estão borbulhando nas relações sociais, aflorando ocasionalmente e constituindo-se prática cotidiana dependendo do entorno social que as circunda agravando-se na condição de mulher. Aprofundar um olhar sobre o período pós-abolição, procurando deslindar como a extinção “oficial” da escravidão foi um processo que não pôs um fim para a “questão racial”, desconstruindo certas visões de um dos baluartes da democracia e da igualdade, é, definitivamente, um ato de ousadia. A sensibilidade da autora tem de ser destacada aqui, pois, lidar com um tema tão intrincado como a escravidão sem cair em uma visão por demais melancólica ou que coloca os escravos como vítimas passivas que nada faziam para mudarem sua condição são, para começo de história, um diferencial do livro e evidência de uma compreensão dos escravos enquanto sujeitos de suas histórias.
Tratando de uma questão muitíssimo atual e percebendo nuances que somente uma compreensão ampla poderia proporcionar, Toni Morrison constrói um trama muito interessante sobre como “marcos históricos” escondem perspectivas individuais muito mais ricas e peculiares, que revelam detalhes muito mais significativos do que obsessões totalizantes. Nada mais adequado para mergulhar no universo cotidiano dos escravos do que lastrear sua obra no espectro de significados e experiências deles próprios, mesmo que essas sejam tão dolorosas quanto as “árvores” de feridas que marcam suas costas laceradas pelas chibatas de seus ex-senhores. O grande valor do livro não se encontra na abordagem das metafísicas, mas sim na forma como retrata a questão da memória, do imaginário social coletivo, e do sentimento de resistência do elemento negro em relação as mazelas da escravidão. A história pode colaborar na luta pela promoção de uma sociedade com relações de gênero e raça não hierárquica? É papel desta área de conhecimento se preocupar com esse tipo de problemática? Essas são algumas perguntas que devem ser enfrentadas, e cabe às(aos) historiadoras(es) sensíveis a esse debate promover esse enfrentamento. Este texto se propõe a elucidar algumas questões no que se refere à relação entre gênero, raça e História, a partir do pensamento defendido pela historiadora Joan Scott, intelectual feminista, preocupada em esclarecer essa relação.
Costuma-se pensar a História como instrumento de conhecimento da realidade humana, uma narrativa cuja função é explicar as sociedades a partir de modelos de diferentes matrizes (CARDOSO & VAINFAS, 1997:441-449). Ao concebê-la dessa forma, passa-se a impressão que a realidade, isto é, acontecimento passado ou presente, é algo que possa ser apreendido, traduzido e transmitido por esta ciência.
Porém, há quem questione esta concepção de História e faça crítica à noção de fato histórico aí empregada;Jacques Le Goff é um deles. Segundo Le Goff “não há realidade histórica acabada, que entregaria por si própria ao historiador”, assim, o historiador como todo homem de ciência, “diante da imensa e confusa realidade faz sua opção” e constrói sua explicação do passado (LE GOFF, 2005: 42). Logo, é o historiador, que, diante dos diversos materiais deixados pelo passado, de testemunhos que procuraram guardar o sentido de cada momento e de cada experiência vivenciada pelos sujeitos históricos, escolhe aqueles que terão direito a aparecer; é ele quem seleciona, recorta e faz aparecer os discursos que terão a oportunidade de se apresentar enquanto conhecimento histórico de uma época e lugar. Foucault, refletindo sobre esse deslocamento da concepção desta área do conhecimento, afirma:
A história mudou sua posição acerca do documento: ela considera como sua tarefa primordial, não interpretá-lo, não determinar se diz a verdade nem qual é seu valor expressivo, mas sim trabalhá-lo no interior e elaborá-lo: ela o organiza, recorta, distribui, ordena e reparte em níveis, estabelece séries, distingue o que é pertinente do que não é, identifica elementos, define unidades, descreve relações (FOUCAULT, 2007: 7).
Comungando com este debate, Joan Scott, professora de Ciências Sociais no Instituto de Estudos Avançados em Princeton, historiadora e militante feminista norte-americana, defende a idéia de que o conhecimento histórico não é só um simples registro das mudanças nas organizações sociais ao longo do tempo, mas também, um instrumento que participa da produção do saber sobre estas organizações. Sua reflexão tem se voltado, principalmente, no sentido de perceber como esta área do conhecimento tem participado na produção do saber sobre a diferença sexual. Para ela a “História é tanto objeto da atenção analítica quanto um método de análise. Vista em conjunto desses dois ângulos, ela oferece um modo de compreensão e uma contribuição ao processo através do qual gênero é produzido” (SCOTT, 1994: 13-14).
Fica evidente, diante desta perspectiva, que o conhecimento histórico não é o documento fiel da realidade vivida, logo, não documenta as reais e únicas condições vivenciadas por homens e mulheres ao longo do tempo, ela sim, oferece um modo de compreensão e uma contribuição ao processo através do qual gênero é produzido. Desse modo pretendo aqui abarcar uma visão acerca da condição social da mulher negra na obra Amada de Toni Morrison, que traça heranças culturais da raça negra, o desconforto da prisão expressiva e o bloqueio do convívio social nos Estados Unidos. Acredito que o texto ajudará a entender o surgimento de uma nova perspectiva ideológica no solo norte-americano, através da literatura de autoria feminina negra.
É nesta acepção de abatimentos de forças que ocasionam nas narrativas das mulheres negras, fortes repercussões, até mesmo, porque suas produções são vinculadas ao passado histórico, dos princípios que tiranizavam. Mintz & Richard, (1992: 133) chama atenção referente ao passado
O passado deve ser visto como a circunstância condicionadora do presente. Não cremos que o presente possa ser “compreendido” – no sentido de se explicarem as relações entre diferentes formas institucionais contemporâneas – sem referência ao passado.
O passado é a base para entender o presente, a visão ideológica da literatura feita por escritoras negras expressa essas circunstâncias, lança no público alvo reflexões sobre o que elas eram, o que são hoje e o que pode ser amanhã. Isso funciona como uma tática para travar na arena o combate contra os sistemas de regras raciais. Mesmo depois da abolição da escravatura, os negros nos Estados Unidos eram obrigados a obedecer a diversas leis, eram proibidos de entrarem em algumas lojas, restaurantes e bairros. Inúmeras eram as formas de discriminações.
As idéias feministas ganham espaço nos Estados Unidos a partir dos anos 60 com os movimentos em prol dos direitos civis, tais mobilizações deram suporte para desenvolver nas escritoras negras a consciência crítica em demonstrar as suas visões políticas - culturais entre o meio militante e os centros acadêmicos, com o intuito de serem auto-reconhecidas, colocaram-se como sujeitos militantes, disputando o poder de construção de imagens e narrativas auto-representativas, problematizando papéis que exerceram na vida social, para assim constituir o perfil de suas próprias feições sociais e culturais, que foram demonstradas no universo literário. Warhol & Price, (1991) argumentam o modelo destas representatividades:
O que as escritoras negras tem consistentemente à nos mostrar são formas de rendição da mulher negra até os dias de hoje, bem como o lugar que elas ocupam no mundo em que vivem e a forma como elas definem seus impulsos e ações frente a opressão e o medo.(1991:249).
Este modelo de escrita das negras de auto se retratarem é uma arma para atacar as classes superiores, o governo e principalmente abolir a política racista, cujos paradigmas literários são a representatividade de um único caminho eficiente para assegurar o desenvolvimento de uma cultura que foi aterrorizada e escravizada por séculos. No caso das mulheres negras, por serem inseridas em uma sociedade racista, machista e socialmente hierarquizada, não havia outros espaços, a não ser, viver escanteada em seus lares, por sua vez, esta sufocação vai contribuir para a produção de escritas autobiográficas, libertando-as desse abafamento e desabafando o seu imaginário. Essa especificidade peculiar da arte feminina traz à tona a sua visão de mundo partindo do universo interior, descobrindo o que havia por traz dessa condição feminina, no intuito de dar luz libertadora a cruel opressão vivenciada por estas mulheres.
A construção da narrativa das vidas dos personagens em Amada acontece de forma não linear, não tem pontos firmes de espaço e tempo, há a presença de diferentes vozes que compõe fragmentos de memória, histórias vivenciadas e recontadas algum tempo depois. Constroem e reconstroem acontecimentos do passado com pontos obscuros e incompreensíveis nos fatos das trajetórias das pessoas.
O tecido textual em Amada inicia-se no ano de 1873 em Cincinnati, Ohio, onde a mãe, Sethe, uma das protagonistas do romance foi escrava e no tempo presente da história, vive com a sua filha caçula de 18 anos, Denver, em uma casa completamente assustadora e perturbada, a 124 Bluestone Road. Os outros dois filhos de Sethe, que se chamam Howard e Buglar, fugiram com medo do fantasma que assombra a casa. A filha mais nova, Denver, adora o fantasma, pois como a maioria das pessoas, acredita que é o espírito da sua irmã mais velha. A mãe, Sethe era escravizada na Sweet Plantation, local onde se via todo tipo de maltrato, massacre, estupro castigos onde os escravos viviam em condições sub-humanas. Sethe grávida de Denver fugiu deste inferno, já cansada com os pés maltratados todos feridos não agüentava mais andar, por sorte uma menina ruiva, Amy, encontra Sethe na floresta tentando atravessar o rio para chegar à casa de Baby Suggs, sua sogra, Amy a garota branca ao ver a situação dos pés inchados de Sethe causada pela fuga compara com os pés de um cadáver afogado em um rio, e diz: “Olhe só. Uma preta cada uma que agente vê”. E encontra nas costas de Sethe as profundas cicatrizes no formato de uma laranjeira, Dizendo:”Você é a coisa mais horrorosa que já vi”. Por conseguinte, Sethe sente dores fortíssima na barriga chegou o momento de dá a luz a filha que estar por vim. A garota vendo todo o sofrimento daquela escrava ajuda no parto de Denver. Com o sucesso do parto e da dificultosa fuga, chegou Stamp Paid, dono do barco que ajuda Sethe chegar até a casa da sogra Baby Suggs. A fuga e o nascimento de Denver são descrito muitas vezes sendo apresentado de formas distintas, mas reformulam um mesmo fato. Primeira versão é uma lembrança de Denver, pois esta é a história que ela mais gostava do passado da mãe. Depois Sethe conta para Paul D,fornecendo novas informações e opiniões pessoais.Denver mais tarde narra o acontecimento para Beloved de forma mais detalhada. Após a fuga e o nascimento de Denver Sethe passa 28 dias de contente tranqüilidade encontrando os três filhos e se recuperando da fuga e do nascimento de Denver. No entanto, o atual senhor da Sweet Plantation, schoolteacher, a encontra e quer levá-la de volta. Para evitar a escravidão de seus filhos, Sethe resolve matá-los, porém, somente a filha mais velha é assassinada. Prefere vê os filhos mortos do que vê –los sendo escravos. Essas histórias eram contadas na narrativa de maneiras desconexa, o enredo não é composto por eventos que acontecem enquanto são narrados; ele é realizado por imagens da memória de diferentes personagens, que se juntam para retratar um passado que eles não desejam guardar,mas que não conseguem apagar. Dezoito anos, se passaram e uma misteriosa mulher aparece na 124 Bluestone Road, chamada Beloved – nome escrito no túmulo da filha -, e passa a viver com Seth, Denver e Paul D. A personagem transforma a vida da família ao desenvolver uma admiração obsessiva por Sethe, que se sente culpada pelo infanticídio cometido anos antes e as lembranças de um passado que sempre tentou esquecer. A narrativa de Amada é contada no presente por um narrador em terceira pessoa. Quando o narrador intercala os flashbacks contados pelos personagens, a narrativa passa a ser em primeira pessoa. Os relatos e lembranças do passado na fazenda Sweet Plantation e a violência da escravidão são revelados aos poucos e de forma dolorosa pelos personagens.
[...] lá estava a Sweet Home rolando, rolando diante de seus olhos, e, embora não houvesse uma única folha naquela fazenda que não lhe desse ganas de gritar, Sweet Home desenrolava-se diante dela numa beleza desavergonhada. Nunca parecia tão terrível como de fato era, o que fazia Sethe se perguntar se o inferno não seria um lugar bonito também. (Morrison, 1987:14 -15)
As lembranças, aos poucos eram revividas, de forma completamente árdua, relembrar fatos passados é viver para esse cenário, que dificilmente será apagado de suas mentes, Portanto, a Sweet Home era vista por todos que passavam por lá como um local massacrante.
As principais características dos ideais feministas é a forma como as escritoras negras envolveram-se no seu peculiar papel de auto-representação, com intuito de causar reflexão no público e fazer com que entendam a sua posição ideológica. Em Amada, Toni Morrison usa a literatura para expressar a consciência da sua raça na cultura americana e levar o leitor a examinar minuciosamente assiduidade do apreço opressivo incorporada na condição da mulher negra. A opressão sofrida pelas negras revela uma visão de crueldade e desrespeito pelo o ser humano. Podemos concluir que a obra Amada(1987) investiga o binômio paradoxal da criação e destruição, união e separação potencialmente inerente na relação mãe/filha, através da narrativa literária.
A narrativa:
Elaborando mitos, a autora lança sua mensagem simbólica no inconsciente coletivo dos leitores e manifesta a sua persistente negativa de ser convencional. ‘Empoando o mito’, ela examina e desenvolve as tensões entre os mitos ocidentais e os outros mitos para analisar a contraditória realidade da sociedade americana. As realizações de intertextualidade e intratextualidade entre os mitos são um pretexto a experimentação narrativa. O exagero implícito no fato mítico gera uma linguagem excessiva, redundante, hiperbólica. O discurso narrativo leva a vida ao inevitável conflito causado pela colisão da ambição com a realidade freqüentemente opressiva na qual se debatem os personagens para dar um senso à própria existência. É esta luta, a natureza essencial no discurso narrativo da Morrison, que se faz veiculo no ímpeto poético contra a vulgaridade ou quiçá, do ímpeto poético no vulgarismo, como meio de auto criação, e não de mera sobrevivência; mas sim de vida. Trata-se de um desafio aberto, profundamente, radicado na cultura afro-americana. Ainda sobre o seu discurso é fundado no implacável jogo da inversão e da extensão semântica, onde as palavras e seus possíveis significados ressaltam continuidade ao longo do percurso contrariamente irônico, contradição absurda, conflito grotesco, paradoxo, oximoro . É um discurso cuja referência continua à especificidade cultural e étnica da escritora, fazendo-se paradigmático. Isto vale para sua íntegra qualidade – com a intenção entre oralidade e escrita que se deriva- pelo estilo preponderantemente elíptico de narrar, e ainda do seu ser caracterizado pela interação das múltiplas versões da mesma estória com as narrações dos muitos narradores de segundo grau, com extraordinária capacidade de capturar o som da língua afro- americana. Não é sempre que a escolha no falar narrativo vem controlada pela influência de Morrison, às vezes parece ao contrário.
A sedução ao texto vem fantasiada da própria magia quando não se sabe resistir a tentação implícita em certos virtuosismos, que instigam as exibições acrobáticas: aquela síncope entre o auto compadecimento e a antagônica agressão ouvinte/leitor e o narrador potencial e antagonista [típico arquétipo do narrar afro-americano onde o falante aventura-se no paroxístico desafio de superar-se sempre e ainda ao próprio adversário.
Dessa forma, avaliando a importância da “ história das mulheres”, não desprezando, mas também não supervalorizando tais estudos, a historiadora Joan Scott, faz um balanço dos avanços que ela possibilitou, sem perder de vista seus limites, pois, seu “desafio subversivo” ficou aparentemente contido em uma esfera separada que ela mesma criou. Sente-se a necessidade de ir adiante, e urgência em discutir questões mais profundas, Scott chama atenção que somente seguindo pelo caminho que a “história das mulheres” havia aberto não seria suficiente. Portanto, é na busca em aprofundar discussões e analisar de modo mais rigoroso o processo de como se dá e porque se reproduz a invisibilidade da mulher no processo de produção do conhecimento histórico, que surge o conceito de “gênero como categoria útil de análise”. O conhecimento histórico, segundo Scott, é parte da política de sistema de gênero. O discurso histórico, por exemplo, quando nega visibilidade às mulheres perpetua também sua subordinação e sua imagem de receptora passiva da ação dos demais sujeitos da História (SCOTT, 1994:50). Cabe, portanto, a história, a literatura e demais áreas do saber perceberem o quão é importante produzirem, alertarem sobre as diferenças sexuais de opressão, fazendo deste campo parte de uma “política” de representação de gênero buscando encontrar respostas sobre a invisibilidade das mulheres negras. Todavia restam algumas lacunas: Quais arranjos contribuíram(em) para a construção, manutenção e questionamento de gênero ao longo do tempo?
Considerações Finais
Essas são algumas das questões que pedem respostas e ao respondê-las se está aos poucos fazendo emergir uma História que oferece novas perspectivas às velhas questões; redefine antigas questões em termos novos; torna as mulheres visíveis como participantes ativas; estabelece uma distância analítica entre a linguagem aparentemente fixada do passado e nossa própria terminologia e por último, mas não menos importante, abre possibilidades para reflexão sobre as estratégias políticas feministas atuais e futuras, já que sugere que gênero tem que ser redefinido em conjunção com uma visão de igualdade política e social, incluindo além do sexo, classe e raça (SCOTT, 1994: 17-18). As experiências das mulheres negras escravizadas devem ser levadas em conta na hora de se escrever a história da escravidão e do próprio país, pois o conhecimento das suas experiências, suas estratégias de sobrevivência e de mobilidade social, não apenas permite que a história das mulheres seja vislumbrada por um prisma mais amplo e, portanto, mais próximo da realidade, como torna possível uma revisão crítica de toda escrita histórica.O objetivo deste trabalho é, portanto, iniciar uma investigação sobre em que medida a condição social feminina e negra se diferia das outras categorias sociais.
É esse o desafio que o conceito de gênero coloca para a História; é esta a tarefa que esta área do conhecimento deve empreender, para desse modo ser um instrumento útil na construção de uma sociedade com relações mais eqüitativas no que se refere a mulheres negras e homens, sujeitos históricos de igual valor no processo de constituição das sociedades.
BIBLIOGRAFIA
CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História: ensaios de teorias e metodologia. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1997.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber.7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
GOFF, Jacques Le. A História Nova. 5ª ed. São Paulo Martins Fontes, 2005.
MORISSON, Toni. Amada. São Paulo, SP: Nova Cultura LTDA. Tra, Evelyn Kay Massaro,1987.
SCOTT, Joan W. Preface a gender and politics of history. Cadernos Pagu, nº. 3, Campinas/SP 1994.
____________. “Gênero: Uma Categoria Útil para a Análise Histórica.” Traduzido pela SOS: Corpo e Cidadania. Recife, 1990
____________. História das mulheres. In. BURKE, Peter.(Org.) A Escrita da História: Novas Perspectivas. São Paulo: Unesp. 1992.
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WARHOL Robyn r. & PRICE Diane herndl. Feminisms: an anthology of literary theory and criticism. United States of America: British, 1991.
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