Ação da FAMEMG impede despejo de 1000 famílias em Vespasiano-RMBH
Conheça a Historia de Luta dos Moradores dos Conjuntos Morro alto e caieiras
Histórico:
Na
década de 80 a COHAB deu inicio a construção
de um empreendimento imobiliário, de 1230 Unidades Habitacionais,
destinadas a famílias de baixa renda, localizado na cidade
de Vespasiano-RMBH utilizando para a construção recursos
do BNH e do Fundo Estadual de Habitação.
Neste
mesmo período a cidade de Belo Horizonte passava por um dilema,
o que fazer com a população que estava no caminho do
crescimento da cidade e com os desabrigados?
Existiam projetos de desenvolvimento a serem implantados. A aberturas
da Av dos Andradas interrompida pela favela do Perrela e as vitimas
das chuvas, inúmeras famílias oriundas principalmente
das favelas dos Gorduras da barraginha.
A
Prefeitura então realizou uma parceria com o Estado para reassentar
estas famílias tendo como objeto as casas construídas
em Vespasiano pertencentes a COHAB.
As
famílias não tiveram escolha, foram removidas em alguns
casos como o dos moradores da favela do Perrela foram retirados a
força de suas moradias, que foram imediatamente demolidas,
colocados em caminhões e levados para o Conjunto Morro Alto
e Caieiras, sem receberem as indenizações devidas.
Já
em Vespasiano estas mesmas famílias viveram o horror da falta
de infra estrutura dos conjuntos citados e do completo e absoluto
abandono do poder publico que: não garantiu a eles o acompanhamento
social necessário para vencer as dificuldades. Muitos não
tiveram condições de permanecer, pois trabalhavam em
Belo Horizonte, muitas mulheres, chefes de família que tinham
conseguido constituído rede de solidariedade nos comércios
locais, em que se comprava fiado garantindo a sobrevivência
quando não se tem emprego fixo, e com a vizinhança quando
não existem creches publicas, escolas linha de ônibus
e todos os outros serviços básicos necessários
a sobrevivência humana.
Após chegarem e serem estalados cada um em sua nova moradia
pela Prefeitura de BH, as famílias foram procuradas pela COHAB,
que apresentou a cada uma delas um contrato de compra e venda dos
imóveis.
Este
contrato estipulado em 344 meses para pagamento determina que: o não
pagamento de três prestações implicava em devolução
dos imóveis.
É
bom que se diga que estas famílias não tiveram o direito
às informações com antecedência sobre os
contratos, e que pela época da realização dos
despejos ajuizados pelo poder publico era e ainda é alto o
índice de analfabetos entre populações de baixa
renda.
Um
outro fator relevante que deve ser avençado é que: em
épocas de eleição figuras políticas de
peso em nosso estado incluindo presidentes da COHAB fizeram reuniões
com os moradores onde foram orientados a não pagar as prestações
pois os imóveis seriam doados pelo Governador do Estado.
Ignorando todos estes determinantes sociais importantes para se definir um empreendimento realizado com recursos públicos destinados exclusivamente para a eliminação de favelas e aglomerados em condições sub-humanas de habitação e a famílias sem moradia e de baixa renda, no ano de 2004 a COHAB propôs ação de despejo contra os moradores.
Ignorando todos estes determinantes sociais importantes para se definir um empreendimento realizado com recursos públicos destinados exclusivamente para a eliminação de favelas e aglomerados em condições sub-humanas de habitação e a famílias sem moradia e de baixa renda, no ano de 2004 a COHAB propôs ação de despejo contra os moradores.
Fator
agravante é que todas as ações postuladas pela
COHAB correram na Justiça comum do Fórum Julio Garcia
em Vespasiano, sendo os moradores citados por edital publicados no
Minas Gerais, como se estivessem residindo em local incerto e não
sabido, não obstante pertencentes ao plano habitacional da
própria COHAB.
Os primeiros dos mil despejos que a COHAB iria realizar no dia 26 de junho
bateu de frente com a mobilização dos moradores em ação
organizada pela FAMEMG..
Com
a ação conseguimos suspender todas as outras ações
propostas pela COHAB e estabelecer uma comissão para realizar
um estudo socioeconômico das famílias para renegociar
suas dividas com a COHAB.
Participação popular
Diretora da FAMEMG
Diretora da FAMEMG